17 março, 2015

Entrevista com a escritora Elizabeth Laban


A escritora Elizabeth Laban marca sua estreia na literatura YA com uma obra intrigante para os leitores jovens. Antenados com tudo o que há de novidade nesse universo literário, com certeza já leram de tudo, mas “Da ordem ao caos” tem algo que vai conquistar os leitores mais exigentes.

Trata-se de um enredo de drama e suspense a partir das narrativas gravadas em CDs pelo ex-aluno albino da escola Irving, Tim. O garoto se envolveu em um episódio obscuro para o qual havia muitas perguntas e poucas respostas. Mas como surgiu essa história e qual seu processo de criação?
Descubra nesta entrevista em que Laban revela os bastidores de seu trabalho para a trama de “Da ordem ao caos”, lançamento da FAROL.

Da ordem ao caos é seu primeiro romance juvenil. Como foi que teve a ideia de escrevê-lo?

Eu queria escrever um livro desde a quarta série do ensino fundamental. Meu amigo Marshall Cooper vinha à minha casa e tentávamos criar histórias para uma personagem que chamávamos de Chopped Suey. Na minha imaginação, ele era um detetive juvenil, descolado e urbano. Nunca passamos do projeto da capa! Mas, desde aquela época, eu sempre criava histórias na minha cabeça. A ideia de Da ordem ao caos surgiu em várias etapas. Eu gostava da ideia de escrever a respeito de um triângulo amoroso clássico. Também fiquei impressionada com a ideia de usar um trabalho acadêmico complicado para ajudar a desenvolver a história. No meu terceiro ano do ensino médio, tive de fazer um trabalho de longo prazo que chamávamos de ensaio sobre a tragédia, apenas ligeiramente diferente do que fazem os alunos do Irving. Minha tarefa era definir uma tragédia e decidir se algo assim poderia existir na literatura contemporânea. Faz alguns anos, achei meu ensaio. Relendo-o tanto tempo depois, fiquei com vontade de escrever minha própria tragédia. As palavras que se entranharam na mente de Duncan nunca saíram da minha. Caráter elevado, reviravolta do destino, húbris: sempre adorei essas palavras. E aí, de repente, Duncan estava cruzando o arco...

Você sempre imaginou Tim albino ou isso foi algo que só surgiu mais tarde, enquanto escrevia?

Decidi logo de cara que Tim seria albino e, tomada essa decisão, tornou-se uma ideia fixa. Eu sabia que Tim tinha de ser um pária, e não só pelo fato de ser novo no Irving. Eu queria que ele tivesse de lidar com um problema que o afligisse o tempo todo, mas não podia ser algo que dificultasse demais sua vida cotidiana. Com a pesquisa que fiz, para saber com que tipo de coisa os albinos têm que lidar, foi ficando claro que fazer de Tim um albino me daria meios para amplificar as inseguranças da maioria dos adolescentes, além de me oferecer várias possibilidades para as decisões que ele toma no livro.

A escola particular, como cenário, tem um papel importante no livro. O que a inspirou a ambientar o livro no Colégio Irving?

Nos meus dois últimos anos do ensino médio, meus pais me mandaram para uma escola particular incrível chamada Hackley, em Tarrytown, Nova York. Vai soar bem piegas, mas acho que meus dois anos lá mudaram minha vida. Não foram perfeitos: tive de enfrentar alguns adolescentes malvados e me senti muito sozinha quando cheguei. Mas, no geral, foi a primeira vez que me senti realmente parte integrante de um lugar e da cultura desse lugar. Também foi a primeira vez que entendi a ideia de curtir o aprendizado. Recebi recentemente uma correspondência de Hackley em que havia uma citação de um ex-aluno dizendo que queria poder voltar a estudar lá. Se fosse possível, ele prometia ler tudo que lhe mandassem ler e prestar mais atenção às aulas. Será que não dava para voltar no tempo? Percebi, depois de ler suas palavras, que escrever este livro e criar o mundo do Colégio Irving era fazer justamente isso, no meu caso. Era voltar àquele lugar maravilhoso e passar algum tempo lá.

Você lecionou durante algum tempo numa faculdade. Alguma semelhança entre você e o sr. Simon?

Nenhuma! Eu adorava lecionar, exatamente como o sr. Simon. Mas muitos dos meus alunos eram adultos, portanto a dinâmica era muito diferente daquela que estabeleci entre o sr. Simon e os alunos do Colégio Irving. O sr. Simon, que em muitos aspectos foi inspirado no meu professor de literatura do terceiro ano, o sr. Arthur Naething (ele realmente nos dispensava todos os dias com um “vão, agora, e espalhem luz e beleza”), equilibra muito bem a necessidade de ser acessível à garotada e também aterrorizá-la. Nunca tive a coragem de assustar meus alunos. Eu ficava feliz porque eles compareciam às aulas e pareciam interessados no que eu dizia.



17 comentários

  1. Eu li o livro e adorei!!! É muito bom!!!

    Adorei a resenha. Logo colocarei ela no blog também.

    Deixa o povo curtir mais a resenha!

    Bjkss

    Lelê - http://topensandoemler.blogspot.com.br/

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  2. Eu vi a capa um dia desses, porém achei que se tratava de uma história completamente diferente!! Vendo agora aqui e conhecendo um pouco mais sobre como a ideia do livro surgiu e sobre o que se pode esperar eu gostei demais! Definitivamente quero conhecer mais sobre a história e sobre esses dramas e inseguranças que com toda a certeza eu irei me identificar com algum!
    Beijos

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  3. Adoreeeeeei! E também quero ler esse livro!!!
    Beijos!
    http://www.garotadolivro.com/

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  4. adorei a ideia da narrativa, algo bem diferente. E a ideia do personagem ser albino, então? nunca tinha visto antes! imagino que se adolescente sofrem, um com problema desses deve ser excluído...
    o engraçado é que se eu visse só a capa eu nunca ia fazer relação capa+nome com uma ideia dessas...
    eu adoro ler entrevista com os autores! é tão legal saber sobre o processo criativo dele!!!

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  5. Primeira resenha que vejo sobre esse livro e ele já entrou na minha lista. A abordagem em relação ao tema é diferente, já que tem todo esse ar de suspense. Gostei muito da capa também. Quero ler o quanto antes.
    Beijos!

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  6. Não conhecia a autora ou o livro. Curti muito conhecer um pouco mais sobre o enredo do livro que, pra mim, é original. Não lembro de uma história parecido... quer dizer, o tema é bem atual, mas esse elemento é novo. Gostei mto da capa.

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  7. Gostei, não conhecia o livro.
    Ótima entrevista, é sempre bom conhecer o autor e como foi criada tal historia.
    Fiquei muito curiosa pra ler esse livro,a historia é muito interessante.
    Amei a capa.

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  8. Eu já vi sobre esse livro em algum lugar só não lembro exatamente onde, creio que no skoob e achei a capa super legal. Agora lendo a resenha e sabendo sobre o que o livro trata fiquei super curiosa para ler, drama e suspense juntos têm grandes chances de me conquistar. Abraço.

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  9. De cara dá pra perceber que é um livro diferente. Um garoto albino em uma escola particular *OOO*. Eu estou apostando todas as minhas fichas no livro, sério, deve ser muito bom!

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  10. Olá Lilica!
    Já li resenha deste livro em dois blogs. Essa capa me atrai, por mais simples que ela seja! Adorei conhecer mais a autora, e fiquei com mais vontade ainda de ler o livro.
    Beijos

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  11. O livro é realmente parece ser muito bom, a entrevista me prendeu do começo ao fim.e tenho certeza que ao ter ele , vou devorá-lo em um dia Um fiquei curiosa sobre o que será que aconteceu com Tim na noite da Excursão? O que será essa grande Tragédia?O livro realmente foi bem tratado pela Farol Literário. Apesar de não ter gostado muito dessa capa, ela parece dizer muito sobre tudo que acontece no livro.

    O.O bastante interessada nessa leitura...

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  12. Acho sempre interessante entrevistas com o autor, ajuda a esclarecer coisas sobre o livro e é bom saber da inspiração.
    Esse é um livro que eu to querendo muito ler, só vi comentários positivos sobre ele até agora e realmente parece ser muito bom.
    beijos

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  13. Gente eu não conhecia a autora, o livro dela parece ser ótimo e ela é uma pessoa super simpática, gostei muito da entrevista e acho super importante os blogs fazerem, pois acabamos conhecendo autores novos que não saberiam se não fosse por entrevistas como essa.
    Beijos *-*

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  14. A autora é muito simpática!!!!
    E a história aparenta ser sensacional!!!
    Lembrou-me muito os livros do Pedro Bandeira!
    E o adolescente deve passar por muitos apuros por ser albino. Imagine, tem bullying pra tudo, affff!!
    E gravados em cds essas revelações, huuuuum, muitoooo curioso!! rsrs
    Com certeza, preciso ler!
    bjoos

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  15. Este comentário foi removido pelo autor.

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  16. A capa e o título me chamaram a atenção. A autora me parece ser muito criativa. É importante ressaltar que entrevistas assim são importantes para que possamos conhecer novos autores que ainda são desconhecidos para nós.
    Esclareceu muito sobre o livro! Valeu. Abraços.

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  17. Gostei do fato do personagem ser albino e parece interessante a obra, ao menos gostei do enredo que deve apresentar.

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