Título: Anna Kariênina
Autor: Liev Tolstói
Editora: Cosac Naify
Páginas: 816
Ano: 2015
Gênero: Romance/ Literatura Estrangeira

Sinopse: Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira.”
Esta é uma das aberturas mais famosas de todos os tempos, e ainda hoje impressiona a sabedoria concisa com que Tolstói introduz o leitor no universo de Anna Kariênina, clássico escrito entre 1873 e 1877. Muito do que o romance vai mostrar está contido nesta frase. A personagem-título, ao abandonar sua sólida posição social por um novo amor, e seguir esta opção até as últimas consequências, potencializa os dilemas amorosos, vividos dentro ou fora do casamento, de toda a ampla galeria de personagens que a circunda. O amor, aqui, não é puro idealismo romântico.
Tolstói recupera todo um século de experiência russa, com episódios e personagens modelados a partir de pessoas reais, e aborda as principais discussões políticas, econômicas e filosóficas de seu tempo, ainda incrivelmente atuais. O livro se articula por meio de contrates: a cidade e o campo; as cidades de Moscou e São Petersburgo; a alta sociedade e a vida dos mujiques; o intelectual e o homem prático.
"Todas as famílias felizes se parecem entre si, as infelizes são infelizes cada uma a sua maneira."
Eu comecei o ano muito bem, lendo logo de cara um clássico
que estava há muito tempo na minha TBR. Para quem não sabe eu tenho um amor
imenso por livros que tenham como foco amores impossíveis e que relacionem
eventos históricos durante a leitura, ou seja, romances históricos.
Anna Kariênina reúne todos aqueles requisitos citados, o
livro vai abordar o contexto da família diante da sociedade russa no século XIX
como costumes, hábitos, política e cultura naquele tempo. E antes de tudo é bom
lembrar que tudo está relacionado nesse livro, já que são vários pontos de
vistas dos personagens e tendo dois principais que é Anna e Liêvin. Tudo começa
quando Anna uma mulher casada de sólida posição é convocada pelo irmão para
resolver problemas no seu casamento, então Anna sai de São Petersburgo para
Moscou para ajuda-lo, o que ela não contava é que nessa viajem ela conheceria o
Conde Vronsky e viveria um romance condenado por todos na sociedade e que por
fim esse sentimento contaminaria o amor dos dois.
Já o lado de Liêven é
mais reflexivo, já que com seu ponto de vista vamos ser apresentados a agricultura
e suas modificações, ao mesmo tempo que o autor traz à tona a questão dos
mujiques – eram camponeses que dependiam das terras do senhor para sobreviver –
e sua relação com os senhores de terra no passado. Já na questão dos relacionamentos,
Liêven se apaixona por Kitty que é enamorada do Conde Vronsky que antes pretendia
fazer a corte a ela, e que acaba se apaixonando por Anna, assim dando início a
teia de acontecimentos que o autor envolve com cada personagem.
- Naturalmente, mas lembra-te de que, quando estiveste em minha casa, tu me censuraste os prazeres da vida. Não sejas tão severo, meu moralista!
- No entanto na vida o que é bom é... - a voz de Liêvin entaramelou-se-lhe. - Enfim, não sei, só sei que morreremos breve.
- Por que havemos nós de morrer breve?
- Quando se pensa na morte, a vida tem menos encantos, mas é mais pacífica.
A escrita de Tolstói é muito densa e capta todos os
detalhes, fazendo assim o leitor sentir-se parte dos acontecimentos, como até
se possível sentir a alegria e a tristeza dos personagens. Além dos mais o
livro não apenas trata das relações familiares, mas a questão política na época,
a cultura e o convívio na sociedade. É possível ao termino do livro distinguir
as capitais São Petersburgo e Moscou, já que a sociedade eram diferentes e se
comportavam de um modo diferente em cada lugar.
Há no livro uma questão de paradigma entre cidade e campo
muito discutida, que é na cidade as paixões, e o trabalho de uma forma mais mundana
e no campo um trabalho digno e regras, e é por isso que o autor nos mostra dois
personagens que é a Anna que vive na cidade e é empurrada pela enxurrada de
sentimentos profanos existentes na capital e Liêven que vive no campo aonde
leva uma vida calma, com seu trabalho justo e reflexões sobre religião,
política e cultura e como se deve relacionar eles ao dia-a-dia.
Este foi meu primeiro clássico do ano e comecei com o pé direito! Recomendo muito a leitura desse livro.