Autora: Eva Schloss
Editora: Universo dos Livros
Páginas: 304
Ano: 2013
Gênero: Biografia/Memórias/História

Sinopse: Em seu aniversário de quinze anos, Eva é enviada para Auschwitz. Sua sobrevivência depende da sorte, da sua própria determinação e do amor de sua mãe, Fritzi. Quando Auschwitz é extinto, mãe e filha iniciam a longa jornada de volta para casa. Elas procuram desesperadamente pelo pai e pelo irmão de Eva, de quem haviam se separado. A notícia veio alguns meses depois: tragicamente, os dois foram mortos.A resenha ficou um pouco longa, na verdade nem sabia o que dizer sobre esse livro que é um relato emocionante.
Este é um depoimento honesto e doloroso de uma pessoa que sobreviveu ao Holocausto. As lembranças e descrições de Eva são sensíveis e vívidas, e seu relato traz o horror para tão perto quanto poderia estar. Mas também traz a luta de Eva para viver carregando o peso de seu terrível passado, ao mesmo tempo em que inspira e motiva pessoas com sua mensagem de perseverança e de respeito ao próximo – e ainda dá continuidade ao trabalho de seu padrasto Otto, pai de Anne Frank, garantindo que o legado de Anne nunca seja esquecido.
Logo que iniciei a leitura já percebi que iria gostar muito, dá para sentir o clima pesado, o sentimento de dor e pesar, mas esse livro mostra como uma sobrevivente volta a vida e não aceita se dizer uma vítima de tudo o que passou, ela quer deixar a dor para traz e tudo começa a acontecer quando ela finalmente começa a falar sobre tudo o que passou.
Eva foi enviada para um campo de concentração exatamente no dia em que completava 15 anos. No livro vamos saber como ela conheceu Anne Frank, os horrores que viveu durante o tempo que passou em Auschwitz, como sua mãe assim como ela se tornou uma sobrevivente, a perda do pai e irmão, a luta para voltar a viver uma vida normal, o envolvimento entre sua mãe e o pai de Anne.
Mesmo depois de muitos anos Eva carrega consigo as marcas daquela atrocidade, ela sempre soube que nunca mais seria a mesma pessoa e não gostava de falar do seu passado, mas foi quando recebeu um convite para fazer um discurso na abertura de uma nova exposição sobre Anne Frank que ela percebeu que não poderia dizer não ao convite e que tinha chegado a hora de falar sobre tudo que aconteceu.
Ela acha incrível como mesmo depois do fim da guerra, de toda a dor e estrago que a guerra causou, as pessoas ainda se preocupam com questões como: cor da pele, orientação sexual e religião, esses temas ainda causam polêmicas e divisão em muitos países.
Depois que Eva começou a contar a sua história, ela não conseguiu parar mais, as pessoas queriam saber cada vez mais e isso a fez ir a vários lugares e escrever livros e assim conhecendo pessoas novas ela foi se modificando.
Eva priorizou principalmente conversar com crianças, ela acredita que assim poderá mostrar que há esperança sempre, ela sobreviveu e seguiu em frente passando seu ensinamento adiante.
Ela diz que acredita que sua personalidade a ajudou a sobreviver, ela sempre foi um tanto rebelde e teimosa, adorava o ar livre, gostava de explorar os lugares e era destemida e pelo visto foi essa teimosia em não querer sucumbir ao terror que fez com que ela passasse por tudo e conseguisse voltar para dar continuidade a sua vida.
Quando os nazistas chegaram a Viena, as pessoas estavam fazendo de tudo para fugir, algumas pessoas de sua família conseguiram ir para a Inglaterra, seu pai partiu para tentar conseguir um visto para eles e logo depois seu irmão Heinz partiu, pois estava correndo risco, Eva e sua mãe ficaram sozinhas, logo depois elas foram para Amsterdã, onde Eva conheceu Anne e sua família. Quando a Holanda foi tomada, elas tentaram fugir, mas não conseguiram e a partir do dia 15 de maio de 1940 estavam vivendo sob ocupação nazista.
No dia em que completava 15 anos ela e sua família foram capturados, primeiro foram enviados para uma escola que foi transformada em quartel, ela foi interrogada, apanhou e ouviu pessoas serem torturadas.
A viagem de trem até Auschwitz é angustiante e depois que chegam ao campo a incerteza do que vai acontecer é aterrorizante.
Quando a guerra chega ao fim, ela e sua mãe voltam para reconstruir suas vidas ela pensa muito em como será o seu futuro. E conforme vamos lendo vamos sabendo mais sobre a sua mudança para Londres, seu casamentos, os filhos, os netos, o casamento de sua mãe com Otto Frank, a divulgação do diário de Anne Frank e como surgiu a ideia de escrever o livro.
Uma leitura que todos devem conhecer, é como se estivesse vivenciando aqueles momentos de terror. Eva conta de uma maneira simples, direta tudo pelo que passou e como conseguiu superar o medo de falar sobre isso.
Um tio meu foi para a guerra e eu sempre tive muita curiosidade, sempre gostei de assistir filmes e documentários e sempre que tinha oportunidade pedia para ele contar algo, ele não gostava de falar muito no assunto, quase sempre contava as mesmas histórias e sempre dizia que o que mais o marcou era ver tantos mortos e o quanto a vida das pessoas não valia de nada, ele dizia que a crueldade era enorme.
Em muitos momentos eu tentava me colocar no lugar dela, será que eu teria força e coragem para enfrentar tudo que ela enfrentou?