Resenha - Garota, Interrompida

Título: Garota, Interrompida
Autora: Susanna Kaysen
Editora: Única
Páginas: 190
Ano: 2013
Gênero: Biografia

Sinopse: Quando a realidade torna-se brutal demais para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna Keysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era logo que seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de busca, trancada com outras garotas de sua idade. Garotas marcadas pela sociedade, excluídas, consideradas insanas, doentes e descartadas logo no início da vida adulta. Polly, Georgina, Daisy e Lisa. Estão todas ali. O que é sanidade? Garotas interrompidas.

Em Garota,Iinterrompida, Susanna nos mostra a realidade cruel de quando tinha 18 anos e foi enviada para um hospital psiquiátrico. Lá ela conviveu com outras meninas e conta como eram tratadas, quais métodos utilizados com cada uma, o uso de eletrochoques que só de ler a palavra já dá um arrepio, o uso de lençóis molhados e gelados, a medicação a fim de torná-las cada vez mais catatônicas.
Susanna foi internada de forma voluntária já que era maior de idade, depois de tentar suicídio ingerindo uma grande quantidade de aspirinas, lá ela começa a conviver com Polly,
Georgina, Daisy e Lisa. Polly tinha queimaduras visíveis, o que fazia ela se perguntar o porquê dela ter feito aquilo, Georgina era sua colega de quarto, Lisa a fujona, mas que sempre acabava sendo capturada novamente era também aquela que quase não comia e dormia.
Ela conta também que o hospital já havia recebido várias pessoas famosas, a relação entre elas e as enfermeiras, o passeio até a sorveteria, mas o que fica bem claro é que ela sempre se questiona o porquê dela estar ali, será que ela era realmente uma pessoa desprovida de sanidade mental ou era apenas uma pessoa que precisava na verdade de atenção, de ajuda e a maneira que ela agia era mais para tentar chamar a atenção para si mesma como se disse: “ei estou aqui, preciso de ajuda”.
Susanna deixa claro que naquela época, qualquer comportamento fora do ‘padrão da época’ já era motivo para ser tachado como insano, que era mais fácil para a sociedade trancar eles em um lugar no qual muitos não sairiam, podemos ver o abandono da família, ver que elas lá dentro acabam formando uma família e uma cuida da outra e muitas chegam à conclusão de que ali é que é um lugar seguro, que o mundo lá fora é louco de mais para elas.
Mesmo assim podemos ver nos relatos que a maioria delas saiu e foi fazer sua vida, ela manteve contato por um tempo com Georgina, sua colega de quarto, que viveu um tempo em uma comunidade de mulheres e depois se casou, e relata o encontro com Lisa agora mãe de um garoto de 3 anos.
É impossível ler e não ficar angustiada com certas passagens. Fico imaginando como uma experiência dessas deve ser marcante para uma pessoa e mostra que temos que ter força e lutar para recuperar aquilo que nos foi tirado. A capa do livro é perfeita, a diagramação é parecida com a capa, capítulos curtos, de leitura rápida, porém emocionante.