Olá, pessoal!!!
Hoje vou apresentar para vocês uma entrevista com o autor Jader Pires que lançou o livro Ela prefere as uvas verdes pela Editora Empíreo.
Para conquistar os leitores, os autores de contos precisam dominar a ciência da estrutura e do estilo, de modo a não inserir em sua narrativa detalhes que não sejam essenciais. É com essa precisão que Jader Pires tem conquistado fãs pela internet e agora publica seus contos no livro Ela prefere as uvas verdes. As treze histórias presentes no livro estão repletas do cotidiano, por onde desfilam personagens das mais variadas origens: um vendedor de crack, um político, um casal de idosos e um mágico de circo. As angústias e alegrias experimentadas por todos esses personagens – e que também são nossas – são expressas em situações fortes e incisivas, mas por vezes bem-humoradas, que aproximam o leitor da trama, sem deixar de fora nenhum detalhe. Em Ela prefere as uvas verdes, entramos em contato com personagens em momentos surpreendentes de suas vidas. Momentos em que as perdas e os encontros trazem profundas transformações.
Entrevista
1. Como foi seu primeiro contato com a leitura?
O primeiro mesmo foi com as histórias da Turma da Mônica, que meu pai lia pra mim e me ajudava a entender as letras e palavras. Eu tinha milhares de revistinhas da turma toda pela casa, aquele Almanacão de Férias.
De livros, o que me lembro de ser delicioso e mais antigo na minha vida era a Coleção Vagalume que eu tinha que ler pra escola: O Menino de Asas, Tonico e Carniça, Um cadáver ouve Rádio, O Mistério dos Cinco Estrelas, O Gigante de Botas, O Escaravelho do Diabo.
Mas considero meu primeiro livro de leitura voluntária o 1984, do George Orwell. Eu sempre gostei muito de música e reparei, em determinado momento, que várias bandas que eu gostava faziam referência ao livro (INcubus, com "Talk Shows on mute", Radiohead com "2+2=5", Rage Against the Machine com "Testify". Daí fui atrás de ler e não parei nunca mais.
2. Na infância, qual era sua relação com os livros?
Era bem maluca, porque - como a maioria das crianças - ficava bem bravo ou preguiçoso de ler um livro obrigado para a escola, mas eu gostava de muitos deles, apesar de não assumir. Não sei o que acontecia nesse sentido, se era a obrigatoriedade de manter um status de aluno problema. Mas eu gostava. Adorei ler Cândido do Voltaire, o Auto da Barca do Inferno, do Gil Vicente.
3. Quando você começou a escrever?
Tarde, já depois de formado na faculdade. Comecei a rabiscar umas poesias, fiquei com uma vontade louca de escrever roteiros conforme ia me aprofundando no cinema e ai fui fazer pós-graduação em jornalismo cultural. Daí, no curso, comecei a escrever resenhas de discos, alguns exercícios de crítica de teatro, de filmes e escrevi, numa noite, um conto de meia página, daí foi transpirar e escrever cada vez mais.
4. Quais são suas inspirações para escrever? Tem algum autor como referência?
John Fante e Philip Roth, Raduan Nassar, mais nessa linha de escrever sobre o cotidiano. Mas tenho, como referência de escrita deliciosa, o Garcia Márquez, o Jorge Luis Borges, o Mia Couto.
6. Quanto tempo levou para escrever seu livro e como foi a experiência?
Para sentar e escrever o livro em específico levou uns 4, 5 meses. Mas eu tinha contos de 4 anos antes que peguei e reescrevi todinho.
7. Quais são as dificuldades para que um autor consiga ser publicado e conhecido no mercado literário brasileiro?
Visibilidade mesmo. Tem cara lançando livros de literatura fantástica e vendendo pra cacete e ninguém - no grande público - conhece o cara. Eu tive sorte de ter certa visibilidade sendo editor do site PapodeHomem e por ter sido visto pela Empíreo (minha editora) e ser convidado a publicar com eles. Mas certamente a dificuldade está em ser visto e "competir" com a visibilidade dos livros gringos que são bastante divulgados, viram filmes com sucesso mundial e tudo o mais.
8. Como você vê a literatura brasileira atualmente? Quais são suas expectativas quanto à ela?
Vejo com os melhores olhos possíveis e minha expectativa é a melhor possível. Se olharmos o copo meio cheio, temos um mercado inteirinho a ser atingido, logo, uma vasta capacidade de vender bem pra cacete. Mas o caminho das pedras leva tempo.
Hoje, infelizmente, não se vive de livros no Brasil.
9. Sei que essa pode ser uma pergunta difícil, mas qual seu livro preferido?
Não tem como, hahaha.
Mas, hoje, em homenagem um pouco tardia ao Gabo, Os "Cem Anos de Solidão" e "Amor nos Tempos do Cólera" do Garcia Márquez. Amanhã certamente serão outros.
10. Qual livro nacional você recomenda? Por quê?
Vamos lá:
Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa)
O Maníaco do olho Verde (Dalton Trevisan)
Beijão a todos!!
Muito importante incentivar a leitura de nacionais!
ResponderExcluirO livro já foi resenhado lá no blog
Beijinhos
Rizia - Livroterapias
adorei a entrevista , muito legal incentivar a leitura de livros nacionais :)
ResponderExcluiraddictiononbooks.blogspot.com.br
parabéns por abrir este espaço aos nossos autores.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Adorei a entrevista. Eu soube deste livro em outro blog e já tinha me interessado, então foi legal conhecer um pouco o autor e saber que ele tem um gosto literário tão "modesto" (haha). Poxa, primeira leitura voluntária ser, logo de cara, 1984 não é para qualquer um! *u* Gostei também da referência ao Gabo.
ResponderExcluirE vamos que vamos procurar ampliar a visibilidade à literatura nacional! Sinto-me orgulhosa por fazer parte desta Ação!
No meu blog também publiquei a primeira entrevista da Ação, flor, com o autor do gênero terror: Luiz Henrique Mazzaron – que publicou seu primeiro livro com menos de 20 anos (rs). D: Vale a pena conhecê-lo, se desejar conferir.
Beijos, flor!
http://www.myqueenside.blogspot.com
Oiee ^^
ResponderExcluirTinha visto a sinopse desse livro em alguns blogs, mas não achei muito interessante, não curto muito livros com diversas histórias *-*
Acho que a maior dificuldade de um autor brasileiro ao publicar um livro realmente é a visibilidade, tem que divulgar bastante *-*
MilkMilks
http://shakedepalavras.blogspot.com.br
Muito boa a entrevista, nunca tinha ouvido falar do livro e já me encantei.
ResponderExcluirMuitos leitores tiveram seus primeiros passos no mundo da leitura com os gibis da "Turma da Mônica". Comigo não foi diferente. Outra coisa que me identifiquei com ele foi em relação a ler os livros obrigatórios do Ensino Médio. Era um saco a obrigação, mas os livros eram bons. kkkkkkkkk
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Gostei da entrevista com o autor. Nunca tinha ouvido falar nem dele e nem de "Ela prefere as uvas verdes" (curti o título), mas depois da entrevista fiquei curiosa pra saber mais. Achei interessante saber que a inspiração dele vem do cotidiano, incrível o que uma mente criativa pode fazer!
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