Resenha - Uma Canção para Jack

Título: Uma Canção para Jack
Autora: Celia Bryce
Editora: Vergara & Riba
Páginas: 206
Ano: 2014
Gênero: Juvenil

Sinopse: Uma Canção Para Jack narra a relação entre Megan e Jack, dois adolescentes que se conhecem no hospital onde estão fazendo um tratamento contra o câncer. Megan não consegue compreender, a princípio, que está doente. Nem mesmo sente assim, pelo menos antes do início da quimioterapia. Ela é uma menina de 13 anos que foi recentemente diagnosticado com câncer. Na ala infantil, Megan fica furiosa com todas as crianças gritando, as decorações coloridas e os blocos de construção que a cercam. É durante o seu primeiro dia lá, que Megan conhece Jackson Dawes, um garoto que encara a vida com bom humor. Jack entra na vida de Megan e os dois criam um vínculo que ajuda a menina a ver a sua vida a partir de uma nova perspectiva. Nessa zona nebulosa entre amigos, começa a surgir algo mais.

Um livro que vai agradar e muito os jovens, uma leitura envolvente que mostra o quanto uma pessoa pode marcar a nossa vida para sempre.

Megan é uma menina de quase 14 anos e está sendo internada na ala pediátrica para começar o seu tratamento contra um câncer no cérebro. É nesse ambiente que ela vai conhecer Jack, um garoto que trata um câncer raro, mas não perde o bom humor. Juntos eles vão passar por muitos momentos tristes, pois nem todos conseguem vencer essa batalha, mas é com ele que Megan vai fazer seus passeios pelo hospital e deixar as enfermeiras loucas de preocupação com seus sumiços.
Megan não acredita que está doente, ela acha que o médico cometeu algum erro, ela demonstra a questão da não aceitação inicialmente da doença, mas começa o seu tratamento, algo que ela não gostou muito no início é que teve que ficar na ala pediátrica, ela gostaria de ficar na ala adulta. O avô de Megam tem 95 anos e todos os dias liga para ela querendo saber tudo o que fez naquele dia, dá para perceber o carinho que existe entre eles. O pai dela trabalha muito longe e ela ligou para ele pedindo que não fosse vê-la, ela prefere que o pai volte quando ela já tenha superado tudo isso.

Esse garoto é simplesmente lindo - disse a mãe de Megan. - Parece uma estátua de ébano. E aquele sorriso... que não se desfaz nunca. Ele não é encantador?
- Esse garoto - disse a enfermeira Brewster - precisa de uma distração, e acho que ele acabou de encontrar uma. - E apontou a cabeça na direção de Megan.
"Nem pensar. Nem pen-sar."

Jack é um garoto muito divertido, está sempre caminhando pelos corredores e animando as crianças que estão ali. Logo que Megam o conheceu não gostou dele, mas dava para perceber que ali iria nascer uma amizade muito profunda. Ele conta histórias, canta e começa a levar ela para passear pelo hospital. As enfermeiras são enérgicas com ele, mas no fundo elas adoram ver que mesmo fazendo um tratamento difícil ele mantém o humor.

Megan vai fazer a cirurgia para a retirada do tumor e Jack conta que também vai fazer uma cirurgia, ela fica ansiosa aguardando a volta do amigo do bloco cirúrgico, e quando ele volta ela percebe que ele está bastante debilitado, mas o mais importante para ela é que ele estava ali. Após a cirurgia Megan fica um tempo na CTI, ela ficou bastante debilitada e seus pais achavam que iriam perder a filha, mas ela é forte e venceu essa luta, no dia em que foi embora falou com as enfermeiras e perguntou por Jack, como resposta a enfermeira lhe disse que ele não voltaria mais para o hospital.

Livre do câncer, agora Megan precisa voltar a sua vida normal, mas nem tudo é assim tão simples, ela precisa superar a perda, pois nem todos que lutam contra a doença conseguem vencê-la e ela demora um tempo a aceitar essa perda e perceber que precisa voltar a viver novamente como uma adolescente, mas ela sabe que nada mais será como antes, ela é uma sobrevivente que venceu o câncer e isso agora sempre vai fazer parte de sua vida.

O pai saiu da poltrona e sentou no chão com a filha. - Não sei o que dizer, meu amor. Não sei mesmo - Megan não conseguia olhar para ele. - Eu sei que é um choque, mas agora que você ficou sabendo, talvez você consiga...
- Não me diga pra seguir em frente. Não me fale pra celebrar a vida, a vida do Jack - disse Megan, num tom firme, frio. - Não me fale. Todo mundo me diz isso. Só isso.

A autora criou uma história envolvente e marcante, em muitos momentos me peguei pensando em como eu reagiria se fosse Megan. A leitura fluiu de forma rápida, fácil e os personagens são cativantes.
A capa é perfeita e a diagramação foi muito bem elaborada. Indico a leitura para todos os leitores.